As doenças não surgem “do nada”: Elas têm suas Raízes na Inflamação Crônica.

É comum ouvir histórias de pessoas que, aparentemente saudáveis, desenvolvem subitamente uma doença grave. Porém, a ciência nos mostra que as doenças não surgem do nada. Elas têm suas raízes em processos metabólicos e inflamatórios que, silenciosamente, se desenvolvem ao longo dos anos.

O principal culpado? A inflamação crônica subclínica. Pense nesse processo como um “banho-maria” no corpo: lento, gradual e, muitas vezes, sem sintomas evidentes. Esse estado inflamatório é um terreno fértil para o surgimento de doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e até condições neurodegenerativas.

Na base das doenças crônicas estão quatro grandes desequilíbrios metabólicos, apelidados de Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse:

Estresse Oxidativo

Quando o corpo não consegue neutralizar os radicais livres, ocorre um acúmulo de danos às células. Esse desequilíbrio contribui para o envelhecimento precoce e doenças como aterosclerose, diabetes e câncer.

Exacerbação Inflamatória

A inflamação, embora seja uma resposta natural do organismo, pode se tornar crônica e prejudicial. Essa inflamação persistente é uma das principais causas de danos teciduais e desenvolvimento de doenças crônicas.

Glicação

A glicação ocorre quando moléculas de açúcar se ligam a proteínas ou lipídios, gerando produtos tóxicos chamados AGEs (Advanced Glycation End Products). Esses compostos danificam tecidos e contribuem para o envelhecimento e doenças como diabetes e Alzheimer.

Submetilação

A metilação é um processo crucial para o funcionamento do DNA e do metabolismo. Quando está comprometida, a submetilação afeta a expressão gênica, resultando em maior risco de doenças autoimunes, cardiovasculares e distúrbios psiquiátricos.

O processo invisível: Da inflamação à doença.

O adoecimento não acontece de forma repentina. Ele começa com gatilhos metabólicos e ambientais que geram desequilíbrios no corpo. Alterações iniciais podem aparecer de forma sutil nos exames, mas os sintomas clínicos geralmente são o último estágio do problema, surgindo quando o corpo não consegue mais compensar os danos.

Entre os fatores que desencadeiam esse processo, destacam-se:

  • Alteração do eixo HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal): O desbalanço no ciclo circadiano afeta os níveis de cortisol, hormônio essencial para o controle do estresse e da inflamação.
  • Dieta inadequada: Uma alimentação inflamatória, rica em ultraprocessados e açúcares, promove desequilíbrios metabólicos e piora o estado inflamatório.
  • Estresse crônico: O manejo inadequado do estresse contribui para o aumento do cortisol, exacerbando a inflamação e prejudicando a imunidade.
  • Exposição a toxinas ambientais: Substâncias químicas em alimentos, cosméticos e poluentes são gatilhos para inflamação.
  • Sedentarismo e tabagismo: Ambos amplificam os danos oxidativos e inflamatórios.
  • Disbiose intestinal e Síndrome do Intestino Permeável (Leaky Gut): O desequilíbrio da microbiota intestinal prejudica a barreira intestinal, permitindo que toxinas entrem na corrente sanguínea e perpetuem a inflamação.

Restauração do Equilíbrio: É possível?

Apesar do impacto da inflamação crônica, existem caminhos para restaurar o equilíbrio e prevenir doenças. Alterações no estilo de vida, como adotar uma dieta anti-inflamatória, praticar atividades físicas, melhorar a qualidade do sono e reduzir o estresse, podem reverter muitos dos fatores de risco.

Como dizia Hipócrates: “Antes de curar alguém, pergunte-lhe se está disposto a desistir das coisas que o fizeram adoecer.”

Investir na saúde antes do surgimento dos sintomas é a melhor estratégia para evitar doenças crônicas e promover um envelhecimento saudável. Afinal, prevenir é sempre mais eficaz do que remediar.

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Dra. Vitória D’Avila

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