Doença de Hashimoto: uma doença inflamatória sistêmica e não apenas da tireoide

A doença de Hashimoto, uma condição autoimune que afeta a tireoide, é frequentemente associada a sintomas como cansaço, ganho de peso e alterações no humor. No entanto, a sua influência pode ir muito além da glândula tireoide, impactando diversos sistemas do corpo. Neste artigo, exploraremos como a Hashimoto pode ser considerada uma doença inflamatória sistêmica e como essa perspectiva pode mudar a abordagem do tratamento.

A Tireoide e Seus Hormônios: Uma Breve Revisão

A tireoide é uma glândula em forma de borboleta localizada na base do pescoço. Ela produz hormônios tireoidianos que regulam o metabolismo, a temperatura corporal, a função cardíaca e o crescimento. Na doença de Hashimoto, o sistema imunológico ataca erroneamente as células da tireoide, levando à sua inflamação e à diminuição da produção de hormônios tireoidianos.

Hashimoto: Mais do que uma Doença da Tireoide

Estudos recentes têm demonstrado que a doença de Hashimoto não se limita à tireoide. A inflamação crônica associada à doença pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, afetando outros órgãos e sistemas do corpo. Alguns dos sintomas que podem indicar a presença de uma inflamação sistêmica em pacientes com Hashimoto incluem:

  • Doenças autoimunes: A Hashimoto está frequentemente associada a outras doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus e doença de Crohn.
  • Problemas intestinais: A disbiose intestinal e a permeabilidade intestinal são comuns em pacientes com Hashimoto, podendo causar sintomas como inchaço, gases e diarreia.
  • Doenças cardíacas: A inflamação crônica pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como aterosclerose e hipertensão.
  • Doenças neurológicas: Alguns estudos sugerem uma associação entre a Hashimoto e doenças neurológicas, como a doença de Alzheimer e a depressão.
  • Doenças musculoesqueléticas: A fadiga crônica, as dores musculares e as articulações doloridas são comuns em pacientes com Hashimoto.

A Importância de uma Abordagem Holística

Diante dessa complexidade, fica evidente a necessidade de uma abordagem holística para o tratamento da doença de Hashimoto. Além do tratamento convencional com hormônios tireoidianos, é fundamental:

  • Identificar e tratar outras condições associadas: É importante investigar a presença de outras doenças autoimunes, problemas intestinais e outras condições que possam estar contribuindo para os sintomas.
  • Controlar a inflamação: A redução da inflamação sistêmica pode ajudar a aliviar os sintomas e prevenir complicações. Isso pode ser feito através de uma dieta anti-inflamatória, suplementação e outras terapias complementares.
  • Gerenciar o estresse: O estresse pode exacerbar os sintomas da Hashimoto. Técnicas de relaxamento, como meditação e yoga, podem ser benéficas.

A doença de Hashimoto é uma condição complexa que pode afetar diversos aspectos da saúde. Ao reconhecer a natureza sistêmica da doença, podemos oferecer um tratamento mais completo e eficaz para nossos pacientes. A abordagem holística, que considera o indivíduo como um todo, é fundamental para promover o bem-estar a longo prazo.

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Dra. Vitória D’Avila

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