Quando o assunto é saúde da tireoide, olhar apenas para o valor do TSH é um reducionismo.
Essa abordagem simplificada ignora o fato de que diversos nutrientes funcionam como cofatores essenciais para a produção hormonal adequada e para a conversão periférica eficiente de T4 (pró-hormônio) em T3 (hormônio ativo). Vale lembrar que o T4, por si só, não exerce função hormonal e precisa ser convertido em T3 nos tecidos corporais para cumprir seu papel.
Por isso, a avaliação dessa glândula essencial para o equilíbrio do organismo deve ser mais completa. A seguir, veja os níveis ideais dos principais exames que ajudam a entender melhor o quadro da saúde tireoidiana:
- TSH: entre 1 e 3
- T4 livre: entre 1,2 e 1,8
- Anti-TPO e Anti-TG: devem estar abaixo do limite inferior do laboratório (negativo)
- Selênio: entre 120 e 180
- Ferritina: entre 70 e 150
- Zinco: entre 100 e 115
- Vitamina D: acima de 60
Importância da avaliação global
Apesar dos valores ideais apresentados, é fundamental entender que eles só fazem sentido dentro de um contexto de avaliação global da saúde do paciente. Os níveis de TSH e T4 livre, por exemplo, não devem ser interpretados isoladamente. Além disso, a análise de marcadores inflamatórios é essencial, já que um organismo inflamado e metabolicamente comprometido pode ter dificuldades na conversão periférica do T4 em T3.
E um ponto que não pode ser ignorado: muitas vezes, a inflamação tem origem no intestino! Dessa forma, cuidar da tireoide sem avaliar a saúde intestinal é um erro comum que pode comprometer a eficácia do tratamento e a regulação hormonal.
Manter um olhar integrado sobre o funcionamento do corpo e os fatores que influenciam a saúde da tireoide é essencial para garantir equilíbrio e bem-estar a longo prazo.