O envelhecimento é um processo inevitável e multifacetado, que resulta de uma combinação de fatores biológicos, genéticos e ambientais. Cientistas identificaram 12 marcos principais do envelhecimento, conhecidos como hallmarks of aging.
Esses marcos são subdivididos em três categorias: causas primárias, respostas antagonistas ao dano e manifestações do envelhecimento. Vamos explorá-los para entender melhor por que envelhecemos.

1. Causas primárias: Os fatores que geram danos:
Instabilidade Genômica
Com o tempo, nosso material genético sofre mutações, rearranjos e erros de reparo. Esses danos no DNA podem aumentar o risco de doenças, como o câncer, ao comprometer a integridade celular.
Encurtamento dos Telômeros
Os telômeros, estruturas que protegem as extremidades dos cromossomos, encurtam a cada divisão celular. Quando atingem um limite crítico, as células param de se dividir ou tornam-se senescentes, comprometendo a função dos tecidos.
Alterações Epigenéticas
Mudanças nos marcadores químicos que regulam a expressão gênica podem ativar ou desativar genes de forma inadequada, contribuindo para doenças relacionadas ao envelhecimento sem alterar diretamente o DNA.
Perda da Proteostase
A capacidade das células de dobrar, montar e degradar proteínas corretamente diminui com o tempo. Essa falha pode levar a acúmulos de proteínas malformadas, associadas a doenças como Alzheimer e Parkinson.
2. Respostas antagonistas ao dano: Mecanismos de defesa que podem sair do controle.
Sinalização nutricional desregulada
O corpo perde a eficiência em detectar e responder a nutrientes, como glicose e ácidos graxos. Esse desequilíbrio está ligado a distúrbios metabólicos, como obesidade e diabetes, que aceleram o envelhecimento.
Disfunção mitocondrial
As mitocôndrias, nossas “usinas de energia”, tornam-se menos eficientes com o tempo. A produção insuficiente de energia impacta negativamente o funcionamento dos órgãos e leva ao acúmulo de subprodutos tóxicos.
Senescência Celular
Células danificadas entram em um estado de “zumbificação”, onde não se dividem, mas também não morrem. Elas liberam substâncias inflamatórias que prejudicam os tecidos ao redor.
3. Manifestações do envelhecimento: Consequências visíveis e subclínicas.
Exaustão das células-tronco
Com o tempo, as células-tronco perdem a capacidade de regenerar tecidos e órgãos, limitando os mecanismos naturais de reparo do corpo.
Alteração na comunicação celular
Mudanças nos sinais entre as células levam a funções inadequadas e respostas desordenadas, contribuindo para doenças e inflamação crônica.
Inflamação Crônica (Inflammaging)
A inflamação de baixo grau, porém persistente, é um dos principais fatores no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, câncer e condições neurodegenerativas.
Macroautofagia deficiente
A autofagia, processo que elimina componentes celulares danificados, se torna menos eficiente, resultando no acúmulo de “lixo” celular que compromete a saúde das células.
Disbiose do microbioma
O desequilíbrio na comunidade microbiana do corpo reduz os microrganismos benéficos, favorece os prejudiciais e impacta negativamente a imunidade, o cérebro e os níveis de inflamação.
Esses 12 marcos ajudam a explicar como e por que nosso corpo envelhece, conectando danos moleculares às alterações funcionais e estruturais observadas com a idade. Embora o envelhecimento seja inevitável, compreender esses processos abre portas para intervenções que podem retardar ou mitigar seus efeitos, promovendo longevidade com qualidade de vida.
A ciência moderna avança rapidamente na exploração de estratégias para abordar esses marcos, oferecendo esperanças de um futuro em que envelhecer seja sinônimo de vitalidade, e não de declínio.